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A PINTURA!
A pintura deste pintor, e, nestes desenhos de pintor, começa antes de começar, justamente na escolha do suporte trabalhado pelo tempo e por algum acaso também. Ela transforma e sustenta um território que pode ler-se, literalmente ou não, como um mapa, o mapa de África “berço da humanidade” e, sempre, como uma ampliação ou exaltação da matéria-suporte pré-existente.
Esta pintura, mesmo antes de ser escolhida, começa a fazer-se a si própria, ela está antes e depois do autor pintor, ela continua por dentro de si mesma inscrevendo-se como um espaço de alteração constante, mudando com a luz, o dia, o nosso olhar. O acaso existe controlado, ele é, primeiro, procurado na matéria, depois, acentuado, mancha a mancha, para viver mais tarde a sua diversa vida numa pintura que entretanto se instituiu enquanto Imagem.
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in livro “DA HUMANIDADE”
José luís Porfírio
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