Tempus edax rerum
Nas casas onde vivi houve sempre um jardim cheio de flores. Flores muitas e rosas também. De todas, as da roseira antiga sempre foram as mais preciosas.
Esta manhã colhi ramos, arbustos, flores e rosas. Estão agora no atelier e serão os meus modelos.
Passo os dias a pintar estas naturezas mortas, sempre as mesmas, uma e outra vez, uma em cada dia. Observo e registo como evoluem e reagem à erosão do tempo. Aos poucos vão fazendo justiça ao seu nome.
As flores já murcharam e levei-as todas de volta ao jardim. Repousam na terra e são fertilizante para as plantas. Devagarinho e em silêncio novas flores irão surgir.
Urbano
entradas de diário, 2019